Astrazeneca fornece 400 milhões de doses de vacinas contra covid-19

POR EGLE LEONARDI E JÚLIO MATOS
A AstraZeneca fornecerá à Europa, sem fins lucrativos, até 400 milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford, com entregas a partir do final de 2020. O acordo se deu com a Aliança Europeia de Vacinas Inclusivas (IVA), liderada pela Alemanha, França, Itália e Holanda. A vacina para Covid-19, desenvolvida por essa universidade britânica, também será testada em no Brasil. A análise terá apoio do Ministério da Saúde e começa ainda neste mês. Serão dois mil voluntários ao todo, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
 
Na Europa, os quatro países assinaram um acordo com a farmacêutica, nascida em 1999 da fusão da sueca Astra e da britânica Zeneca, que planeja abastecer todos os países-membros da União Europeia quando a vacina contra a Covid-19 for descoberta, indicou o Ministério da Saúde alemão.
 
A AstraZeneca continua a construir várias cadeias de suprimentos em paralelo em todo o mundo. A Companhia procura expandir ainda mais a capacidade de fabricação e está aberta a colaborar com outras empresas para cumprir seu compromisso de apoiar o acesso à vacina sem fins lucrativos durante a pandemia.
 
“Este acordo garantirá que centenas de milhões de europeus tenham acesso à vacina da Universidade de Oxford após a aprovação. Com a nossa cadeia de suprimentos europeia que deve iniciar a produção em breve, esperamos disponibilizá-la ampla e rapidamente. Gostaria de agradecer aos governos da Alemanha, França, Itália e Holanda pelo comprometimento e resposta rápida”, disse na ocasião o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot.
 
 
A empresa concluiu recentemente acordos semelhantes com o Reino Unido, os EUA, a Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias e Gavi, a Aliança para Vacinas, com 700 milhões de doses, e assinou uma licença com o Serum Institute of India para o fornecimento de mais um bilhão de doses, principalmente para países de baixa e média renda. Atualmente, a capacidade total de produção é de dois bilhões de doses.
 
Oxford
 
A Universidade de Oxford anunciou no mês passado o início de um teste de Fase II e III no Reino Unido do AZD1222 em cerca de dez mil voluntários adultos. Outros ensaios em estágio avançado devem começar em vários países. A AstraZeneca reconhece que a vacina pode não funcionar, mas a empresa está comprometida em progredir no programa clínico com rapidez e aumentar a produção em risco.
 
A resposta pandêmica abrangente da empresa também inclui a rápida mobilização dos esforços globais de pesquisa da AstraZeneca para descobrir novos anticorpos neutralizantes de coronavírus para prevenir e tratar a progressão da Covid-19, com o objetivo de alcançar ensaios clínicos nos próximos três a cinco meses. Além disso, a Companhia passou, rapidamente, a testar medicamentos novos e existentes para tratar a infecção, incluindo os ensaios CALAVI, em andamento para Calquence (acalabrutinib); e o DARE-19, para Farxiga (dapagliflozin), em pacientes infectados pelo novo coronavírus.
 
Corrida pela vacina
 
“Para que as vacinas estejam disponíveis em grande quantidade muito rapidamente após sua eventual aprovação neste ano ou no próximo, as capacidades de produção devem ser garantidas por contrato desde agora”, destacou o Ministério da Saúde da Alemanha. A Comissão Europeia defendeu na sexta-feira (12/6) a ideia de que os países da UE se reúnam para garantir o acesso privilegiado à futura vacina e defendeu também contratos antecipados de compra.
 
Enquanto os laboratórios tentam encontrar uma vacina em tempo recorde – 12 a 18 meses, em contraste com os vários anos normalmente -, esses adiantamentos facilitariam o investimento nas capacidades de produção, mesmo que os ensaios clínicos em humanos não tenham terminado.
 
Este compromisso daria aos Estados-membros o direito de comprar um certo número de doses a um preço específico quando a vacina estiver disponível, em troca do risco assumido nos investimentos.
 
As principais empresas farmacêuticas estão envolvidas em uma corrida contra o tempo para encontrar a vacina do coronavírus, que até agora causou a morte de mais de 417.000 pessoas e infectou mais de 7,4 milhões no mundo.
Com informações do World Pharma News, G1 e Veja.
 
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