Indústrias farmacêuticas unem esforços contra a covid-19

POR EGLE LEONARDI E JÚLIO MATOS
A BioNTech e a Pfizer divulgaram, na última quinta-feira (10/4), mais detalhes sobre a colaboração que encaminhará candidatos ao programa de vacina mRNA, da BioNTech, contra a Covid-19. O objetivo é avançar rapidamente para os testes clínicos em humanos e, assim, garantir um rápido acesso mundial à vacina, se aprovado.
 
A parceria será fortalecida pela ampla experiência da Pfizer em pesquisa e desenvolvimento de vacinas, recursos regulatórios e rede global de fabricação e distribuição. Os primeiros ensaios clínicos devem ocorrer já no final deste mês, inicialmente nos Estados Unidos e na Europa.
 
Investimentos milionários
 
Pelos termos do contrato, a Pfizer pagará à BioNTech US$ 185 milhões (R$ 962,04 milhões) em adiantamento, incluindo parcela em dinheiro de US$ 72 milhões (R$ 374,41 milhões) e um investimento em patrimônio de US$ 113 milhões (R$ 587,62 milhões).
 
A BioNTech é elegível para receber pagamentos futuros de até US$ 563 milhões (R$ 2. 927,71 bilhões) por uma contraprestação potencial total de US$ 748 milhões (R$ 3.889,75 bilhões). As empresas compartilharão os custos de desenvolvimento igualmente. Inicialmente, a Pfizer financiará 100% e a BioNTech reembolsará à parceira sua participação de 50% durante a comercialização da vacina.
 
“Já começamos a trabalhar em nossa vacina e temos o prazer de anunciar esses detalhes adicionais de nossa colaboração contínua, o que reflete o forte compromisso de ambas as empresas em agir rapidamente para levar uma vacina segura e eficaz aos pacientes em todo o mundo”, disse o co-fundador e CEO da BioNTech, Ugur Sahin, ao portal World Pharma News.
 
Trabalho conjunto
 
Durante o estágio de desenvolvimento clínico, a BioNTech e seus parceiros fornecerão suprimento clínico a partir de suas instalações de fabricação de mRNA com certificação GMP na Europa. Com a Pfizer, se trabalhará para aumentar a capacidade de fabricação em risco para fornecer suprimento mundial em resposta à pandemia do novo coronavírus. Com aprovação regulatória, a vacina deverá ser comercializada em todo o mundo, com exceção da China, que já é coberta pela colaboração da BioNTech com a Fosun Pharma.
 
 
De acordo com o diretor-científico e presidente mundial de pesquisa, desenvolvimento e medicina da Pfizer, Mikael Dolsten, o combate à pandemia da Covid-19 exigirá colaboração sem precedentes em todo o ecossistema de inovação, com as empresas se unindo para reunir capacidades como nunca antes.
 
“Estou orgulhoso da parceria da Pfizer com a BioNTech e tenho toda a confiança em nossa capacidade de aproveitar o poder da ciência – juntos – de gerar uma vacina em potencial que o mundo precisa o mais rápido possível”, disse Dolsten.
 
Mais cooperação
 
Outra colaboração para investigar e desenvolver soluções terapêuticas para combater o coronavírus se deu com a GSK e a Vir Biotechnology. A união inclui o acesso à plataforma de anticorpos monoclonais da Vir para acelerar o desenvolvimento de anticorpos antivirais já existentes e identificar outros que possam ter potencial terapêutico ou preventivo para ajudar na resposta à pandemia da Covid-19 e outros surtos futuros.
 
As duas empresas se valerão do conhecimento da GSK na área da genômica funcional e combinar a sua capacidade ao nível da tecnologia CRISPR e de inteligência artificial para identificar novos compostos anti-coronavírus que ataquem diretamente os genes da célula hospedeira. A par disso, vão também combinar esforços para investigar potenciais vacinas contra o SARS-CoV-2 e outros coronavírus.
 
“A plataforma de anticorpos da Vir é única e apresenta resultados sem precedentes na identificação e desenvolvimento de anticorpos como formas de tratamento contra múltiplos organismos patogénicos, sendo também um excelente complemento à abordagem de Investigação & Desenvolvimento, muito focada na ciência imunológica”, falou o chief scientific officer e R&D president da GSK, Hal Barron.
 
Plataforma Vir
 
A plataforma Vir possui um método potente para capitalizar respostas imunológicas incomumente bem-sucedidas que ocorrem naturalmente em pessoas que são protegidas ou se recuperaram de doenças infecciosas. Ela é usada para identificar anticorpos raros de sobreviventes que têm o potencial de tratar e prevenir patógenos em rápida evolução e/ou anteriormente intratáveis ​​por meio da neutralização direta de patógenos e estimulação do sistema imunológico.
 
A Vir cria os anticorpos totalmente humanos que descobre para aumentar seu potencial terapêutico. Essa plataforma foi usada para identificar e desenvolver anticorpos para patógenos, incluindo Ebola (mAb114, atualmente em uso na República Democrática do Congo), vírus da hepatite B, influenza A, SARS-CoV-2, malária e outros. Fonte: World Pharma News
 
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