CDPI anuncia parceria com Universidade de Coimbra para fomento da indústria farmacêutica

Por Tatiana Ferrador

Em um cenário de transformações constantes, as instituições de ensino, muitas vezes, não acompanham a velocidade em que elas ocorrem, e a capacitação de profissionais acaba ficando aquém das exigências da indústria farmacêutica. Tudo muda muito rápido e exige soluções imediatas para novos questionamentos. A busca por profissionais com habilidades específicas cresce e, pensando nisso, o CDPI Pharma – Centro de Desenvolvimento Profissional Industrial assinou uma parceria com a Universidade de Coimbra (UC) pelos próximos cinco anos, em que buscará grandes projetos da indústria brasileira para levar a Portugal para qualificação internacional.

O  CDPI Pharma, sempre atento a tudo o que envolve a indústria farmacêutica, realizou no último dia 30 de janeiro, na sede do Conselho Federal de Farmácia (CFF), em Brasília (DF),  o  Workshop  ‘Educação Industrial e Saúde Pública: A Importância da Educação e Inovação na Saúde Pública’, sob a condução do CEO do CDPI Pharma e do Ephar Instituto Analítico, Poatã Casonato.

Dele participaram grandes especialistas na área, como o pesquisador associado no Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rodrigo Sousa; a PMO em projetos de inovação tecnológica em parceria entre universidades e indústria, Thais Leite Nascimento; o toxicologista industrial na União Química, Leonardo Pinto; o coordenador de desenvolvimento analítico no Cristália, Vanderson Bispo; o especialista em regulação e vigilância sanitária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Raphael Sanches; e o membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra (UC) e presidente da Assembleia da Faculdade, João José Martins Simões; que muito contribuíram para o tema central do evento.

Sanches abriu os trabalhos da tarde falando sobre o cenário geral na saúde pública, onde há uma limitação de recursos humanos, tecnológicos e financeiros. “Dificilmente uma indústria farmacêutica vai investir e ter retorno rápido, o que traz uma pressão maior por resultados, já que estamos falando de valores altos”, diz. Há, ainda, a questão da capacitação, a demanda por conhecimentos específicos, já que a indústria farmacêutica é, caracteristicamente, cheia de nichos de conhecimento específicos, com uma complexidade crescente das demandas. “Temos que estar abertos à inovação, à educação e à capacitação contínuas”, conclui.

Educação na indústria farmacêutica

Na sequência, após as apresentações, os palestrantes que participaram da mesa solene, dialogaram coletivamente junto aos presentes sobre temas sugeridos que envolvem a educação no setor farmacêutico.

Bispo comentou sobre o primeiro deles: a participação das startups, que vêm transformando o ecossistema de inovação farmacêutica: “O ambiente de startup acaba complementando a indústria com mais criatividade e com novas ideias que, posteriormente, podem ou não se transformar em novos processos”.

Com o mesmo ponto de vista, Thais apresenta outro papel importante para as startups: estando no ambiente universitário, consegue entender o ritmo em que os projetos acontecem na indústria. “A startup traz mais celeridade para sair do momento acadêmico para a solução de problemas pontuais e complexos em parceria com a academia”.

Sousa também falou sobre a importância da criação de uma infraestrutura que permita que essas startups possam nascer. “Muitas não começaram por falta de capital, pois, para esse início, com os materiais básicos de laboratório, é necessário algo em torno de pelo menos R$ 2 milhões”, afirma Sousa.

Grade curricular

A grade curricular também esteve entre os assuntos debatidos pelos profissionais na mesa, que concordaram que a parte teórica ainda predomina diante da prática, que fica em segundo plano nas universidades brasileiras. “Seria importante esse aumento do contato com a prática da indústria farmacêutica, desde o início da graduação, para a melhoria dos currículos, justamente para a integração dessas tecnologias que vêm surgindo assim muito rapidamente e que ainda não fazem parte do currículo”, sugere Thais.

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Outro ponto citado foi o modelo atual de educação, que não está acompanhando a velocidade da inovação. Como ressaltou Pinto, há, ainda, um gap também na formação dos professores. “Essa nova forma de pensar da geração Z é disruptiva, e a forma como é ensinada passa a não ser a atrativa, e, com isso, temos falta de recurso humano capacitado”, diz.

Para Sousa, tão importante quanto a velocidade é a proximidade entre indústria e universidade. “É preciso que tenham objetivos sinérgicos, pois, somente juntas podem vencer o desafio da inovação dentro do Brasil”.

Parceria com Universidade de Coimbra

Com a presença de Simões, os presentes puderam conhecer um pouco mais sobre o que foi feito em Coimbra para combater o afastamento do laboratório, indústria e universidade. O representante da Universidade mostrou imagens do campus e a interligação entre os prédios de aprendizagem e investigação, além da grade curricular mais extensa e completa, também em mestrado e doutorado, além da graduação. “Somos a maior universidade brasileira de farmácia fora do Brasil”.

E, para chancelar a importância dessa sinergia entre os dois países, e o compromisso do CDPI com o setor industrial farmacêutico, Casonato comunicou aos presentes a parceria entre o CDPI e a Universidade de Coimbra, pelos próximos cinco anos com o objetivo de captar projetos da indústria brasileira para levar a Portugal, para obtenção do título europeu, onde vivenciarão o conhecimento científico na prática. “Ficamos muito satisfeitos com essa parceria, que nos permite formar uma rede colaborativa para ofertar soluções e oportunidades vinculadas à indústria em algo real, com foco em inovação”, finaliza Casonato.

Graduação da Indústria Farmacêutica

O CDPI Pharma está com turmas abertas para o Curso Superior de Tecnologia – Gestão da Produção Industrial (com certificação reconhecida pelo MEC), destinado à formação de nível superior Industrial, que oferece a compreensão 360° da dinâmica industrial farmacêutica, desde a cadeia de suprimentos, áreas produtivas, controle de qualidade, garantia da qualidade, assuntos regulatórios, logística e mercado. Ela visa capacitar o aluno para análise de dados gerais, como compreensão dos custos, desperdícios, estudos de capacidade, demanda e viabilidade afins, fornecendo abordagens técnicas e científicas para compreender o Ciclo de Vida de Produto, entre outras expertises.

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