
Meeting CDPI 2025 – Encontro de líderes com o poder transformador da educação
O Meeting CDPI 2025 mostrou que o crescimento de um país depende de regulação inteligente, educação de qualidade e uma indústria inovadora. O evento, que ocorreu em 8 de fevereiro, num dos espaços mais privilegiados de São Paulo, o Cubo do Itaú, reuniu mais de 200 convidados, entre gestores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), executivos e dirigentes das principais indústrias farmacêuticas do Brasil, parceiros institucionais, representantes dos Conselhos de Farmácia (CRFs e CFF), professores e alunos premiados nota 10 do TCC (Trabalhos de Conclusão de Curso) das pós-graduações da instituição.
“Eu acredito que podemos mudar a nossa realidade e contribuir para a mudança das outras pessoas. Quando esses três pilares da regulação, educação e inovação andam juntos, o Brasil cresce de forma sustentável, competitiva e segura. No nosso Meeting, provocamos reflexões que vão além do conhecimento e do networking. Elas nos impulsionam a transformar realidades”, falou o CEO do CDPI Pharma e do Ephar – Instituto Analítico, Poatã Casonato.
O evento contou com palestrantes de peso. “Tivemos grandes inspirações nesse Meeting 2025 e estamos, com certeza, deixando um legado na educação industrial farmacêutica por meio das conexões de profissionais de altíssimo nível e professores gabaritados que nos presentearam com temas essenciais para o futuro da educação e da indústria”, ressalta a diretora comercial do CDPI Pharma, Heliana Brandão.
O ciclo de palestras teve início com o professor do CDPI e gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Brainfarma, Renato Souza, que falou sobre Paixão pela Educação: “A educação foi o motor da minha ascensão social. Graças à educação, alcancei sonhos que nunca tive a oportunidade nem de imaginar. Quando estou em uma sala de aula, ensinando as pessoas, naquele momento eu também estou abrindo portas e novas possibilidades para elas”.
Na sequência, o professor do CDPI e diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Ensaios Clínicos do Butantan, Gustavo Mendes, ministrou a palestra A Importância da Inovação: “Estamos na era da inteligência artificial, e se soubermos tratar esses dados de maneira adequada, iremos avançar e otimizar o desenvolvimento de produtos e de respostas frente aos desafios de saúde pública. Assim, quando formos inovar, temos de incorporar todos os atores responsáveis, reguladores, pesquisadores, desenvolvedores, educadores, todos juntos, pensando em estratégias para chegar a um resultado satisfatório”.
Já a professora do CDPI, gerente de Assuntos Regulatórios e corresponsável Técnica do Teuto, Polyana Segantini, falou sobre Liderança Feminina: “Em ambientes diversos, independentemente dos gêneros, as decisões são melhores porque o grupo enxerga o desafio de uma forma mais ampla. No decorrer do tempo, isso traz maior retorno e maior rentabilidade, que está ligada à produtividade que, por sua vez, está ligada à educação. Temos de nos complementar e seguir juntos”
Finalizando o painel de abertura, o professor do CDPI e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Novos Negócios da Vitamedic, Rafael Fernandes, ministrou a palestra intitulada Ecossistema Educacional e Industrial: “O CDPI tem todos os elementos para criar um ecossistema que possa ajudar o país. Tem professores que são ícones da academia, professores dentro das melhores indústrias do país, outros que estão na regulação e que ditam as normas, que legislam, que ajudam o Brasil. Então, temos um ecossistema muito propício, com cursos e oportunidades para que os alunos consigam usufruir de tudo isso de modo que o país ganhe, de fato, com inovação, já que é um celeiro de cérebros”.
Inovação realmente é um ecossistema
Dando sequência ao conteúdo do Meeting, a secretária-executiva da CMED – Anvisa, Daniela Marreco, falou sobre o tema: A Importância da Educação na Saúde Pública. Ela deu uma visão geral de como é esse ecossistema no País quando o tema é inovação, defendendo que o acesso à saúde não é só ter o medicamento e uma Agência funciona. Há muito aspectos envolvidos para que as pessoas possam, de fato, ter acesso a tratamentos para saúde que sejam inovadores, mas que sejam tratamentos consagrados também. “Não é fácil manter no mercado um medicamento antigo, que não tem um valor agregado e que já não é importante no portfólio de uma empresa. Então, como é possível ter tudo isso disponível no mercado para garantir o acesso à saúde das pessoas?” indaga ela.
Daniela defende a relação da inovação com a saúde, mencionando os objetivos do desenvolvimento sustentável, da ONU, que trazem o alvo de criar um feedback positivo, porque quanto mais o País investe em inovação, mais a saúde ganha e maior é a riqueza para o Brasil.
“Estamos num momento muito favorável para a inovação, pois existe uma intenção de alavancar a inovação e investir na industrialização para trazer novos produtos e todas as consequências que isso vai gerar em termos de desenvolvimento econômico e social. Diversos programas estão em andamento com esse objetivo de trazer uma maior sustentabilidade para o nosso sistema de saúde, para que o Brasil possa ser autossustentável na produção de medicamentos e na produção de insumos que sejam relevantes para a saúde”, destaca ela.
Mas o que está impedindo que o Brasil tenha índices maiores de inovação e de interação da indústria com a academia e com o governo? Para Daniela, toda iniciativa de educação nessa área tem papel fundamental para criar uma interface cada vez maior, tendo o CDPI na vanguarda desse sistema.
E para ministrar a última palestra do evento, cujo tema foi Perspectivas da Indústria Farmacêutica e do Mercado, esteve no palco o diretor-presidente da Geolab, Georges Hajjar Junior. Ele iniciou sua fala contando um pouco sobre a trajetória da companhia, que está focada na produção de genéricos. “Essa foi a nossa receita de sucesso e o nosso modelo do trabalho, mas, há cinco, comecei a pensar que esse modelo que nos trouxe até aqui, acho que não vai nos levar nos próximos 20 anos”, reflete.
Ele defende que estamos sofrendo uma revolução tecnológica muito grande e com muita velocidade, e isso já está impactando a indústria farmacêutica. “Tenho que fazer algo diferente, que me diferenciar, sem me esquecer do meu tamanho, pois não devo entrar em projetos muito grandes e com risco muito alto. Então, o que a gente está tentando fazer? Entrar em plataformas de nicho, por exemplo, inalatórios, que é um tipo de inovação para nós. Estamos entrando numa linha de oftalmologia também, entre outras. A inovação não consiste apenas nesses grandes projetos inovadores, mas em tudo que se faz de diferente para se perpetuar nos próximos 20 anos”, revela Hajjar Junior.
Mestrado e doutorado no CDPI
Para encerrar o evento, Casonato divulgou que acaba de assinar um contrato para uma parceria de cinco anos com a Universidade de Coimbra (Portugal), para cursos ao vivo, on-line. Assim, haverá, a cada semestre, 20 vagas para mestrado e 20 vagas para doutorado, graduações que estão se tornando imprescindíveis na indústria farmacêutica. Essa união também levará profissionais brasileiros a Portugal, proporcionando uma experiência internacional voltada à qualificação na indústria farmacêutica — um verdadeiro salto no conhecimento e nas oportunidades.
Sobre o evento em si, o diretor de Qualidade na Brainfarma, José Neto, falou: “Primeiramente é uma honra estar aqui e ver essa evolução do CDPI. Eu vi nascer o CDPI, e sempre achei que a gente precisava qualificar a mão de obra na indústria. Acompanhei desde o começo e, hoje, vejo o instituto se transformar numa universidade e premiar projetos relevantes e importantes de iniciação científica, unindo a academia à prática”.
Já o responsável pela Gerência Geral de Produtos Biológicos, Radiofármacos, Sangue, Tecidos, Células, Órgãos e Produtos e Terapias Avançadas na Anvisa, Marcelo Mário Matos Moreira, disse: “Eu quero parabenizar toda a equipe do CDPI que organizou o evento, que foi técnico, científico e político, porque conseguiu juntar representatividade da agência reguladora, das vigilâncias sanitárias, da indústria farmacêutica, novos profissionais e, ainda, no final premiou os melhores TCCs que, de fato, merecem ser destacados, reconhecidos. Desejo que esses alunos consigam ter uma amplitude maior, porque as pessoas que se dedicaram a estudar esses temas, que são tão importantes para o Brasil, merecem ser reconhecidas”.
Ele afirma que vivemos um momento de crescimento, e que temos de aproveitar essa tendência, que é a dos biotecnológicos, que surgem e crescem cada vez mais. “É fundamental aproveitar esse momento para capacitar os nossos profissionais, os profissionais do Brasil, para os próximos anos e desafios que estão por surgir, e que temos que superar. E a educação é primordial, é a base de tudo. Se a gente trabalhar com a educação, a gente vai conseguir gerar produtos cada vez mais profissionais para o nosso País. E assim, o CDPI vai fazer parte dessa história”, defende Moreira.
Um evento tão grandioso só poderia terminar de forma lúdica e festiva. Assim, após um almoço de alta gastronomia, os presentes puderam apreciar boa música e um networking de alto valor.
TCCs premiados
Os alunos autores das dez pesquisas que conquistaram nota máxima nos seus TCCs, foram reconhecidos e premiados publicamente. São eles:
ALUNO | CURSO / TURMA | TEMA |
Washington Roberto da Silva Neto e Cristiane Daniel | Pós-Graduação em Assuntos Regulatórios (Ênfase Internacional e CMC) – Turma AR04/2023 | O USO DE DADOS E EVIDÊNCIAS DE MUNDO REAL PARA TOMADA DE DECISÕES REGULATÓRIAS |
Karoline Ferreira da Cunha | Pós-Graduação Em Assuntos Regulatórios (Ênfase Internacional E CMC) – Turma AR05/2023 | NOVO MARCO REGULATÓRIO DE 2024 PARA SUPLEMENTOS ALIMENTARES NO BRASIL |
Andressa Ferrari Guidugli de Souza | Pós-Graduação em Assuntos Regulatórios (Ênfase Internacional e CMC) – Turma AR05/2023 | GANHOS E DESAFIOS DO PROCESSO DE PÓS-REGISTRO DE MEDICAMENTOS SINTÉTICOS |
Luthyelle Caroline Xavier | Pós-Graduação em P&D Farmacotécnico e Produção de Medicamentos – Turma P&D01/2023 | INOVAÇÃO EM FORMULAÇÕES ORAIS: AUMENTANDO A BIODISPONIBILIDADE E EFICÁCIA TERAPÊUTICA DE FÁRMACOS |
Ana Maria de Melo Nelsen | Pós-Graduação em Desenvolvimento Analítico aplicado à Indústria Farmacêutica – Turma A05/2023 | VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS AO USO DE ANIMAIS: CONCEITOS ANALÍTICOS E EXIGÊNCIAS REGULATÓRIAS |
Nathalia Vieira Machado e Pâmella Tardioli do Carmo | Pós-Graduação em Desenvolvimento Analítico Aplicado à Indústria Farmacêutica – Turma A06/2023 | ESTUDO DE DEGRADAÇÃO FORÇADA – UMA COMPARAÇÃO ENTRE A RDC 53/2015 E AS DIRETRIZES DO ICH |
Adrielle Martins de Souza | Pós-Graduação em Desenvolvimento Analítico Aplicado à Indústria Farmacêutica – Turma A05/2023 | AVANÇOS NA LEGISLAÇÃO DE BIOISENÇÃO DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS NO BRASIL |
Karina Nicolau Dorna Silva | Pós-Graduação em Gestão da Qualidade e Formação de Auditores para a Indústria Farmacêutica – Turma G06/2023 | CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO NA PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS ESTÉREIS |
Érika Patrícia da Costa | Pós-Graduação em Gestão da Qualidade e Formação de Auditores para a Indústria Farmacêutica – Turma G06/2023 | AUDITORIAS NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA: DESAFIOS, ESTRATÉGIAS E A EVOLUÇÃO PARA AUDITORIAS BASEADAS EM RISCOS |
Ana Paula dos Santos Cardoso | Pós-Graduação em Toxicologia Industrial – Turma TI01/2023 | INTEGRAÇÃO DAS TÉCNICAS IN VITRO, IN VIVO E IN SILICO EM TOXICOLOGIA: UMA REVISÃO COMPARATIVA |