Com reúso de efluentes e água de chuva, indústrias farmacêuticas investem em Sustentabilidade
Em Montes Claros, norte de Minas Gerais, sistemas de reúso de efluentes industriais e sanitários geram uma economia de 380 mil litros de água por dia. Na mesma cidade, a captação de água das chuvas supre um reservatório com capacidade de 80 milhões de litros por ano. Na cidade de São Paulo, mais de 60 mil litros de água são reciclados diariamente, reduzindo em 30% o consumo de uma fábrica. Estas são apenas três exemplos de ações de sustentabilidades promovidas por indústrias farmacêuticas instaladas no Brasil.
Em Montes Claros, a Novo Nordisk implementou seu primeiro programa ambiental em 2008, a partir do reúso do efluentes para a irrigação das áreas verdes da fábrica.
Neste ano, a Novo Nordisk desenvolveu um sistema de captação de água de chuva, que é utilizada para a fabricação da insulina, processos industriais e irrigação dos jardins em períodos de estiagem. O reservatório foi inaugurado em janeiro de 2023 e estima-se que esse sistema gere uma economia de cerca de 40% do consumo anual de água.
Em São Paulo, a Merck já reutilizou mais de 58 milhões de litros de água desde que seu sistema de reúso de água nas torres de refrigeração de sua fábrica entrou em operação, em setembro de 2020. O sistema reduziu em aproximadamente 30% o consumo de água total de sua unidade industrial.
Os projetos “Práticas de Reúso Múltiplo de Água no Site MOC” (Novo Nordisk) e “Estação Produtora de Água de Reúso” (Merck) foram os campeões do Prêmio Excelência em GST 2023, na categoria “Meio Ambiente”.
Inventário arbóreo
Parte integrante da meta de neutralizar as emissões de carbono em suas operações, o inventário arbóreo da Pfizer foi iniciado em 2018 na fábrica de Itapevi, em São Paulo. A empresa identificou 1.914 árvores, de 58 espécies, com uma placa metálica numerada e QR Code para facilitar o acesso às informações de medição e identificação de cada exemplar.
Após esse trabalho inicial, a Pfizer realizou o plantio de 856 espécies nativas na área da fábrica. Já em 2022, além da atualização arbórea, a empresa calculou a capacidade de sequestro de carbono desse ecossistema.
Menos resíduos perigosos
Itapevi sedia mais um programa de sustentabilidade da indústria farmacêutica.
Em sua fábrica localizada na cidade, a Eurofarma reduziu em 12% a geração de resíduos perigosos industriais na área de injetáveis, passando o índice de 7,55 para 6,66 kg a cada 1.000 unidades produzidas em 2022.
Outro resultado de destaque está relacionado à meta de eliminar a destinação para aterros sanitários dos resíduos gerados na unidade produtiva de Itapevi. Em 2022, quase 100% do entulho foi reaproveitado, a partir de tecnologias de reciclagem, compostagem ou coprocessamento.
Selo verde
A Kenvue nasceu em 2023 após decisão da Johnson & Johnson de separar as divisões de cuidados pessoais e MIPs da área de medicamentos de prescrição.
O escritório da Kenvue, na Vila Nova Conceição, em São Paulo, no mesmo prédio da J&J, preenche os requisitos da Green Building Council Brasil e conta com a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, em português “Liderança em Energia e Design Ambiental”).
Destaque para os elevadores que geram a própria energia e a captação de água da chuva para lavagem e descargas dos sanitários e rega das plantas. Diariamente, todas as luzes do prédio são apagadas pontualmente às 22h.
Lixeiras para a reciclagem de materiais como pilhas, cápsulas de café e folhas sulfite; a redução de água no preparo de alimentos e a utilização de materiais retornáveis também integram a rotina da empresa.
Os projetos “Rumo ao Net Zero – Inventário Arbóreo com Cálculo de Sequestro de Carbono” (Pfizer); “Ganhos Ambientais na Gestão de Resíduos” (Eurofarma); e “Cuidando do Planeta” (Kenvue) também foram premiados na categoria “Meio Ambiente” do Prêmio Excelência em GST 2023.
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Fonte: Sindusfarma