Aumenta procura por mão de obra técnica em Goiânia

Por Egle Leonardi

A contratação de profissionais técnicos qualificados desponta como um desafio para o setor industrial farmacêutico, sobretudo em um momento em que a economia vem sendo alavancada. O cenário, inclusive, apresenta queda na produtividade e no crescimento do setor, que carece de recursos humanos com conhecimento específico.

Em Goiás, na contramão do alto índice de desemprego, há muitas vagas disponíveis na indústria e laboratórios que aposta na política nacional de estímulo à formação técnica, capaz de aumentar os investimentos e ainda o interesse dos jovens pela área.

E é nesse mercado que atua o CDPI Pharma – Centro e Desenvolvimento Profissional Industrial, com pós-graduações e programas específicos (on-line e presenciais com aulas práticas) para a qualificação de profissionais técnicos e gestores de alta performance que desejam atuar nas indústrias farmacêuticas e químicas do Estado e de todo o país.

A empresa, inclusive, disponibiliza ao mercado o programa CDPI Vagas, cujo objetivo é apoiar os profissionais na busca das melhores posições dentro da indústria e, também, auxiliar as empresas a encontrar os candidatos mais adequados para cada vaga.

Os números apontam a dimensão das oportunidades. Segundo a Pesquisa de Acompanhamento de Egressos 2019/2021, nove em cada dez ex-alunos de cursos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Goiás) estão empregados. Na prática, isso significa um índice de 90% de empregabilidade, que sobrepuja a média nacional, avaliada em 70%.

A grande questão é que o número de matrículas nos cursos profissionalizantes não acompanha a velocidade do avanço da industrialização no Estado. Em 2011, foram 123,5 mil alunos matriculados. Já em 2019, o número ultrapassou a margem de 132 mil, caindo para 127,7 a partir da eclosão da pandemia do novo Coronavírus, em 2020.  Este ano, foram 95 mil até setembro. Só entre 2011 e 2019, o valor bruto da produção industrial goiana saltou de R$ 53,1 bilhões para R$ 109 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de Goiás (Sindifargo), Marçal Henrique Soares, em entrevista publicada no portal O Popular, a demanda é muito maior em relação à oferta de profissionais qualificados, que leiloam a mão de obra entre as empresas ou mesmo não permanecem no Estado após a conclusão dos cursos técnicos.

O presidente destaca ainda que, gestores de recursos humanos do setor farmacêutico de Anápolis têm um encontro marcado com o Senai para discutir a formatação de cursos para o setor, que atualmente conta com cerca de 250 vagas abertas à espera de pessoal qualificado de nível técnico e superior.

Ele ainda completa: “Quem se forma no Senai para operação e manutenção de máquinas, por exemplo, tem contratação imediata hoje. Temos um apagão de mão de obra especializada pior que em anos anteriores”, alerta Marçal, que salienta o agravamento da situação após a pandemia e o comprometimento do planejamento das empresas. “Você compra uma máquina, coloca na indústria, mas não tem operador para ela”, finaliza.

A mesma opinião é compartilhada pelo presidente do Sindicato das Indústrias Metalmecânicas e de Material Elétrico de Goiás (Simelgo), Silvio de Sousa Naves, que também acredita que a escassez de mão de obra qualificada, como torneiros mecânicos, soldadores e técnicos eletricistas e de manutenção de equipamentos, está maior agora, com a retomada da economia, sendo que as cidades mais industrializadas, como Goiânia, Anápolis e Rio Verde, são as mais afetadas. “O resultado é uma baixa produtividade e retardo de investimentos planejados”, ressalta.

Para ele, o Sistema S tem ajudado a reduzir o problema, por meio de parcerias com a indústria. Mas, ainda falta treinamento, o que requer tempo e investimento. O presidente do Simelgo afirma ainda que, nos últimos anos houve muito marketing em cima do curso superior, o que não trouxe grandes benefícios para a produção. “São jovens que saem despreparados para a indústria e nem conseguem se inserir no mercado geral. Precisamos de pessoal técnico para operar equipamentos no chão de fábrica, pois chegamos a buscar mão de obra em outros Estados, o que eleva os custos”, observa Silvio, em entrevista publicada em O Popular.

Base técnica

O desafio agora é estimular a educação e a qualificação voltadas à demanda do setor industrial por meio de parcerias entre os municípios e instituições onde as indústrias estão localizadas. De acordo com diretor executivo do laboratório Ephar e fundador do CDPI Pharma, Dr. Poatã Casonato, essa mão de obra técnica está cada vez mais valorizada: “Ela oferece salários atrativos, sendo uma grande oportunidade para os estudantes de farmácia e recém-formados buscarem essa capacitação especializada para pleitear vagas de estágio e emprego nas indústrias farmacêuticas”.

O proprietário da Ki-Joia e vice-presidente do Sindicato das Indústrias Químicas do Estado (Sindquimica), Jaime Canedo, os limites vão além, na medida em que há dificuldade, inclusive, “em encontrar motoristas que saibam operar caminhões cada vez mais automatizados, com vários equipamentos”, cita. Sobre as indústrias de produtos de limpeza, Jaime fala do desafio de encontrar responsáveis técnicos que saibam desenvolver novos produtos mais eficazes ou apenas adaptar produtos e embalagens às demandas de mercados específicos. “Pesquisa e desenvolvimento não são baratos e exigem profissionais muito capacitados. Hoje, isso é um desafio para a indústria elevar a produtividade e reduzir custos, o que poderia ajudar até a baixar preços de produtos”. Fonte: O Popular (10/2021).

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